No desporto fala-se muito de treino, nutrição e recuperação física. Mas há um fator essencial que muitas vezes é negligenciado: o sono. Dormir bem não é apenas descanso, é uma das principais ferramentas de rendimento desportivo, capaz de influenciar força, resistência, tempo de reação e até a prevenção de lesões.
Quando um atleta dorme o suficiente, o corpo ativa processos fundamentais. Durante o sono profundo, há libertação de hormonas responsáveis pela reparação muscular, consolidação da memória e regulação do metabolismo. É nesse momento que os treinos intensos “ganham forma” no corpo, permitindo que o atleta evolua de forma consistente.
A falta de sono, por outro lado, tem um impacto imediato e visível. A fadiga acumula-se, o tempo de reação aumenta, a coordenação diminui e o risco de lesões cresce de forma significativa. Além disso, noites mal dormidas afetam a concentração, a tomada de decisões e até a motivação. Em desportos coletivos, isso pode significar uma equipa inteira a sofrer com os erros de um único jogador.
Estudos mostram que atletas que mantêm uma rotina de sono regular apresentam melhor desempenho em treinos e competições. O ideal ronda entre sete a nove horas por noite, dependendo da intensidade da atividade e da necessidade individual. Para além da quantidade, também a qualidade conta: adormecer e acordar em horários consistentes, evitar ecrãs antes de dormir e garantir um ambiente adequado são fatores que fazem a diferença.
O sono deve ser visto como parte integrante do treino. Tal como se planeia uma sessão de musculação ou corrida, também se deve planear o descanso. É no equilíbrio entre esforço e recuperação que surge a verdadeira performance.
Dormir bem não é luxo, é estratégia. O impacto do sono no rendimento desportivo é tão real quanto uma boa alimentação ou um plano de treinos eficaz. No fim, o corpo pode treinar durante o dia, mas é à noite, no silêncio do sono, que se constrói a vitória.